quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Profundidade

É uma dor que mistura meus órgãos, que revira minha cabeça, que me sufoca interiormente. É sem explicação, sem motivo, sem causa concreta. Mas ela existe e habita meu ser. É um pós sentimento perplexo, é uma ansiedade inimaginável, uma vontade de algo que não se define exatamente.
Ela já existia, não é nada novo. Mas agora ela é mais forte, arrebatadora ao ponto de me fazer chorar, de me fazer destruir meus pensamentos, meus passos. Agora ela vem e não vai, devora aos poucos. Talvez ela se defina insegurança, medo, solidão, talvez ela não se defina em nada.
Foi tudo tão exatamente perfeito que ainda consigo sentir o forte e doce perfume em meus lábios, em meus lençóis. A grandiosidade dessa perfeição se deve a pequenos e míseros detalhes – um cafuné ao colo, um olhar, um abraço, uma palavra, duas, três, um leve toque de pele – que me emocionam ao lembrar, que aumentam minha dor inconsistente.
É talvez, uma saudade, uma vontade, uma necessidade, não sei. Mas agora eu sei, que passou, que transbordou o prazer momentâneo. Agora eu tenho certeza do que sinto. Agora defino com todas as letras , clara e objetivamente, que gosto de você.
Gostar, apenas uma preferência. Não! É inconseqüência. É o que sinto lá dentro, onde nenhum outro ser já ousou em entrar. Não é desejo, antes fosse, é irracional.
Menosprezando nada estou. É complicado de entender, é estranho de vivenciar, é errado perante os dilacerados e você, eu sinto. Mas é o que eu sinto, nem seja o que eu quero, mas o que eu sinto.
No momento, eu desejo a cura, desejo não sofrer, desejo reciprocidade. No momento eu não desejo o certo, nem o errado, nem o que eu quero, eu desejo o que tiver de ser. Porque eu tentarei, nem que eu sofra, me esfole, me arrependa. Eu tentarei e eu queria muito ser, ao menos me imaginar feliz.

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