sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Eu não sei

Eu preferi estar off-line. Mas por quê? Talvez por querer não me mostrar presente. É um medo que invade minhas entranhas e se expande por todo meu ser, dilacerando-me.
Eu sinto a confusão se aproximando; eu não gosto dela; ela está cada vez mais perto de mim e ela me olha de uma maneira inconsciente, inconseqüente. É um sentimento que não desejo, que não quero ter. É uma bagunça imunda dos demônios que acaba com o pouco que resta do meu frágil ser. Eu me sinto fraco.
Olho aos lados e vejo três. Fulanos, cicranos e beltranos. Eles me rodeiam, me rodopiam; não me sinto bem, não confortável; eles tem suas qualidades, seus defeitos, as vezes me encantam, as vezes me irritam.
Um me dá eterno prazer, me apaixona por seus olhos verdes, cristais raros, me ensina a ser eu mesmo, me toca e transforma, me ama e não ama, me quer e me evita, me enlouquece; deliro e sonho, sinto falta; aquele olhar que me diz tudo sem ao menos tentar falar.
Outro não me excita tanto, nem possui olhos verdes-água, mas esse me diz o que preciso ouvir, no momento exato que preciso escutar. Esse me satisfaz, me dá de tudo que preciso, amor; por mais simples e idiota, distanciado, inanimado, as vezes seco; me dá amor e nada mais.
O terceiro brinca comigo, de brincadeiras que particularmente gosto e não gosto. Essa me demonstra normalidade e principalmente. Aceitação social, indiscriminação. Essa definitivamente não me excita, nem me ama verdadeiramente e puramente, mas esta me traduz estabilidade familiar, digamos “essa sim é aceitável”.
Se pudesse, não ficaria com nenhum, ou com todos. Mais o que queria mesmo era fundi-los em um só ser. Um perfeito guerreiro com armadura imortal que me salvasse dessa maldita destruição interior. Um ser-deus. Um normal, amável, com olhos cor de qualquer cor que me dissesse o que ele me diz, que me amasse irrefutavelmente e aceitável perante os outros ignorantes.
Mas como desejos inconseqüentes são ignorados aqui nesse cubículo onde sobrevivo, eu vou levando. Levando em conta tudo que eu sinto e tudo que eu quero. Com você? Já me acostumei, não se preocupe confusão. Você agora também faz parte da minha tentativa de viver.

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